sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Passado

Perdeu a cabeça, o toque sublime que o fazia sentir. Naquele tempo, preenchia-me, de tal forma que vivia para e consoante ele. Ontem olhei-o e desejei-o, nao senti-lo, vê-lo, desejei fazer ouvir de novo todo o sentimento que pensava esconder. Fui em busca dele. Deixei porta aberta para que ele me visse. E viu. Rondei-o como quem sonda. Sondei, apurei. Hoje acordei e que erro cometido ontem. Tive e tenho saudade de um passado que não é mais o que era. Não me toca como me tocava. O sentimento que pensava esconder, não está mais escondido, ele apenas não existe. Encontrei um passado fútil, banal, marcado pelas derrotas e gabaroso demais das conquistas. Um passado que em seu tempo presente era como um tempo virgem, ontem fui encontrá-lo um passado como muito outros. Um passado que.. enfim, não me diz nada, pelo menos, nada do que estava há espera. Foi um erro ter mexido de novo com ele. Agora conheço o passado e viu de forma diferente. Quero guardar aquele passado que tanto amei e chorei, preservo ele e não quero olhá-lo com a forma real que hoje tem. Fecho os olhos e vejo o que se tornou, sinto pena, plena tristeza. Fecho os olhos e penso no que era, sinto alegria, respeito, carinho e orgulho dele. Abro os olhos e tenho a melhor recordação de um passado que passou, um passado que apenas pertence ao passado, impossivel de ser descolado para o hoje, um passado que foi ontem e será para mim sempre passado, não deformado, intocável, como tem de ser e é sempre todo o passado.

O tempo tudo muda, certo e sabido.
Não adianta misturar, passado é e será sempre, passado.

Gentes