quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

VBNG

Há reencontros que nos fazem muito bem, reconhecemos pelo menos parte do que está ali bem na nossa frente, parte. Perdi a conta de quantas vezes fechei e abri este mesmo livro, é absurdamente difícil, sobretudo porque fomos prendadas com um amor da qual nunca escreveram, embora este nosso livro nos vá ensinando como dar as mãos. É que fomos também prendadas com olhos raros sabes? Não sabes, eu sei. Eu e tu, vamos escrevendo histórias, passando por vários géneros literários num livro só nosso que vai sendo para mim, a melhor lição de filosofia rasca e à borla que eu poderia ter, deve ser por isso que de vez em vez sinto falta de lhe fazer uns rabiscos. Somos incrivelmente diferentes não somos? Não gostas do escuro, ofereces a tua melhor gargalhada a quem se cruza contigo, acendes isqueiros de mola sempre na primeira tentativa e essa tua impaciência na espera do autocarro faz-te ir a pé. Reconheço-me em ti mas não te vejo; reconheço-me pelo que me dediquei a ti e vice versa, salientas inúmeras vezes que te conheço melhor que ninguém, honestamente não sei do que falas, conheci-te sim, em tempos. Sinto-me num bom caminho em relação a ti e estou apaixonada pela a ideia de clarificação que tenho vindo a ter sobre nós ou melhor, sobre mim; estou deslumbrada com a possível ideia de já não me dares arritmias, avc's e ataques cardíacos, no meio dos dias que correm em que o tempo engole e esmaga tudo por onde passa sem qualquer tipo de selecção também tu vais de arrasto, é-me saudável e eu não preciso explicar-te que gosto de ti porque sabes que gosto e sentir mais do que isso foi loucura e de certa forma suicídio.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

XCWII


"Eles se amam. Todo o mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso." ~ Tati Bernardi

terça-feira, 6 de novembro de 2012

BVCC

Mudemos de ideias, não de valores.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

LXIV

À Família,

A avózinha é de uma Humanização nunca vista. Não sei o que dizer. Merdas aparte, gosto de todos.

PMM

À Babe,

O dia de hoje, despontou com um céu cinzento vestido de chumbo, agourando uma chuva impiedosa. Na meteorologia, como na vida, as mudanças podem ser drásticas e velozes. Não choveu e o céu cerimoniou-se de azul com um solarengo sorriso. Esse sorriso materializou-se nos meus lábios, sob a quase presença de ti, mulher de letras de prestígio e de requintada erudição.
Eis, o meu primeiro pensamento do dia.
Alimentei a imaginação, deslizando para um ruminar de memórias que juntas fazemos crescer.
Tu complementas-me, na medida em que me travas. Aquela minha vontade de tornar o tempo célere e de futurar em demasia, é sabiamente encurtada por ti. Tornas-te numa espécie de tempero em mim. Essa temperança por ti emanada, não me causa contrariedade, é bem o seu oposto, inspiras-me confiança. Tu fazes com que eu me compreenda, sacias-me curiosidades e saberes, fazes com que observe a forma arrastada como cada dúvida se instala. A nossa amizade é sobretudo marcada pelos momentos vazios da ausência que te afasta; a rotina das nossas vidas, cheias de obrigações e deveres, faz com que se relegue para segundo plano aquilo que já me é importante. O amor que te tenho. Sinto que, por mais que demore a nossa rentreé, tu não chegas a sair, é como um solo fértil onde tu disseminas a semente da presença e cresces em mim. Quando tu estás comigo, há diálogo, quando não estás comigo, há monólogo, há a ideia de ti, como uma marca de água em mim; afinal não há vazio e há amizades assim. Há apenas um discurso interrompido. Gosto-te todos os dias, por mais um motivo que me dás, sempre que me prendas com a tua partilha, com a tua genialidade.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MVBI


Eu compreendo que tudo aquilo que aprendemos pode em alguns casos ser usado contra nós, a psicologia e a filosofia são dois desses casos, são aplicados constantemente à vida. Porém, essa sapiência, faz-nos protelar muita coisa e uma delas, é muitas vezes VIVER. Esquecem-se ou escondem-se atrás de arquétipos que não são deles, só porque concordam com eles e deixam neles as decisões da vida humana que muitas vezes e em regra geral estão sujeitas ao avaliar do instinto. Esta espécie de alerta constante para a vida, esta antecipação de tudo o que já conhecem, não lhes favorece, não favorece porque impede as emoções de se repercutirem neles mesmos. My advice? Evitar usar os moldes clínicos pois eles moldam o modo de pensar e congelam a actividade, a vida é um mistério e não um dado adquirido, ponto final.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

VCBX

Great things that people say

"- Estudas?
 - Oficialmente não."

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

EVCII

Talvez morras em Espanha, enquanto fazes essas tuas viagens malucas e me deixas aqui encharcada em saudade, rancor e ódio. O álcool faz-me sentir miserável amor faz-me lembrar de ti, das tuas idas; nesses Países que não conhecemos amor, com essas pessoas que só tu conheces. O que é que fizeste ontem? Dormiste com algum deles? Sinto-te falta e espero-te em cada pessoa. Li em algum lado, "bebemos para celebrar, bebemos para afogar mágoas e bebemos porque nada se passa." Saúde a ti, hoje bebo a ti, mulher da minha vida que não te enquadras na celebração. Amo-te Amo-te Amo-te Amo-te. Passaram-se dois anos e o teu número é o único que não me sai da cabeça... "I didn't text you, vodka did" porque é que é não me mandas tu uma mensagem bonitinha? Ah, estás em Espanha. E ontem? Porque é que é não me mandaste uma mensagem bonitinha ontem? E nos últimos dois anos? Estás sempre ocupada amor. És tão má, tão fútil, tão materialista! Não faz mal amor. Aposto que já estás a dormir num soninho sossegado e fofinho e tu reclamavas sempre, estúpida como és, de que tinhas imensa pena de não acordar linda, esbelta, maquilhada e pintada como as actrizes de cinema; tu tens o acordar mais lindo do Mundo amor, o mais lindo. Tu és tão parva, não há ninguém que mais despreze no Mundo, podes voltar amor. Volta. Volta. Volta. Podes voltar, serás sempre sempre a mais linda mulher de todas, a melhor pessoa do Mundo. És tão desprezível, está tudo bem, eu sou desprezível também e eu amo-te com tudo o que tenho mas já chega disto, podes voltar.

XccI


"Sleep my love while I come undone
And I'll brace myself for when you're done
Sweet dreams my love
Take them all
Take them all
While I Absorb you and what you've done
What you've done

You never gave it wind
You never let me in

You shine like winter under sun
Under sun
You kill me with christmas
...
and I hope you find the day that you
came undone
While I Absorb you and what you've done
What you've done

You never gave it wind
You never let me in

Whisper till the coffee comes
Whisper till you come undone
Whisper till the film starts
Whisper till I fall apart"

Come Undone - Greg Laswell

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

NNXC

Porque é que me senti forçada quando de cima de uma pedra para uma das mais belas vistas que já vi, com o meu consentimento, deitaste a cabeça no meu colo? Como é que me vês dessa forma tão boa se tudo o que fiz foi evitar olhar-te quando afirmava que sim, que iria ao teu encontro? Como é que não viste que eu sempre te reneguei mesmo enquanto entrelacei os dedos nos teus enquanto conduzias? Não sabias tu que me apetecia ter e dar-te prazer e deixar-nos, sem perguntas e sem satisfações? Como é que não sabes nada disto se nada do que fiz revelou o contrário se não isto mesmo? Senti-me infiel quando no restaurante, sem saberes se gosto, retalhas-te pão de cereais no meu prato, poderia ter chorado ali naquele instante, na minha mente só latejava "eu amo-a, eu amo-a".

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

VVXW

Logo nós que não somos mais que as galinhas ganhámos a estúpida ideia de sermos contras as pessoas. Dissemos e sentimos realmente que usualmente não prestam e como consequência, interiormente julgámos-nos melhores que os outros impingindo a diferença; como se fossemos nós mais interessantes que todos os outros. Fomos tristes. Tristes corpos de carne crua que nada mais fizeram que reclamar do que este ou aquele faziam, tristes que exclamaram o desgosto para com a raça humana num dia em que cometemos  alguma falha com alguém. Foi a nós a quem tanto fracassámos, fomos realmente nós que nada valemos e com cobardia enchemos o pulmão para dizer que as pessoas eram uma merda.  No fundo, sabemos que nenhuma pessoa aguentou tanta teoria furada fundada na base do nada que debitamos vezes sem conta; levamos à exaustão cada ouvido que realmente despendeu do seu precioso tempo para ouvir tamanhas baboseiras, sendo que, em juízo final sabemos que não gostamos de pessoas porque nenhuma delas gosta de nós.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

VBCV

Quando o coração bate como uma música de Rock.

Heart - Crazy On You


VCII

Passo a vida a pensar no meu desinteresse pelas pessoas; pelo que são, pelo que fazem. No entanto apaixono-me com uma facilidade tremenda pelo novo, pelo desconhecido. Apaixono-me tão facilmente e tão depressa que sinto uma ansiedade grande da pessoa, contudo igualmente tão depressa numa manhã qualquer, essa mesma pessoa não me diz absolutamente nada.

sábado, 18 de agosto de 2012

XCIV

Eu não sei em que altura perdi a minha identidade, não sei definir um tempo ou lugar concreto, mas sinto falta, sinto falta do sorriso constante e de me ver de novo a cor de rosa e azul bebé, em vez de tomar partido do cinzento. A ingenuidade das coisas faz-me falta, o meu olhar sobre os sonhos, sobre a vida, aquela esperança que alguns lhe chamam fé, talvez nem era esperança, talvez fosse só gosto de viver, de olhar o amor com olhos de ver e não sentir que foi apenas algo inventado para nos fazer sentir bem à medida que crescemos, é que convenhamos, haverá realmente gente mais feliz com o amor do que triste com ele na idade adulta? No fundo esta pergunta não passa de merda dita da boca para fora, porque eu no fundo quero acreditar que sim. Sinto falta de gostar daquela música. O meu gosto musical mudou, costumo achar que faz parte da evolução do Ser Humano, tal como aprendemos a gostar de café, de bebidas alcoólicas, de fumar - não é que beber álcool e fumar seja necessariamente um boa evolução, mas também o gosto musical pode não o ser. O que quero dizer é que eu também sinto falta de ouvir o Pop e o R&B, eu mamava tudo o que era Pop e R&B, desde Beyoncé, Ne-yo, Rihanna e incrivelmente, se eu comparar o que ouvia antes ao que ouço hoje, nota-se uma clara diferença de vozes, letras e ritmos. O que é certo é que quando ouvia Ne-yo e Beyoncé eu era realmente feliz, sinto falta sim de gostar de música, tola, insignificante e que nada tem para dar. Eu não me perdi totalmente, sei onde estou e de onde vim, só não faço puto de ideia onde é que vou, sim eu sei, eu sei, não posso ter respostas para tudo, mas é que se não gosto de como estou tornasse complicado olhar com a visão optimista que antes tinha às toneladas. Embora sempre tivesse sido a pessoa mais insegura do Mundo, garantidamente, nunca ninguém o diria.  Quanto ao sentir falta de pessoas, eu nunca as tive realmente, embora sempre tivesse estado rodeada delas a toda a hora; pelo bom humor, pelas palhaçadas que sempre soube tão bem fazer para me divertir e fazer os outros rir. Eu gostava da diversão, não é que eu não goste hoje em dia, mas já não me divirto só por fazer tontices, é preciso mais. Pessoas. Chegam, sugam e partem. Nunca tive muita dificuldade em deixar quem quer que fosse para trás, faço-o sem remorso algum porque além de acabar por ser algo recíproco é com a plena consciência de quando estive ao lado delas estive a todo o gás mas enfim é o que fazemos, sugar, e eu sempre aceitei isso e nunca me permito a ter que precisar de alguém para o que quer que seja, não há nada que alguém me possa dar que eu não possa dar a mim mesma - e como era bom que isto fosse realmente e literalmente verdade. Eu não queria achar isto, mas a verdade é que uma vez que chegamos a um determinado patamar - que eu não sei definir qual é - não há retorno possível; é como perder a juventude e saltar para a idade adulta, não há um retorno depois de alcançarmos essa meta - e não, não é a que desejamos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Preparação Takedown - 5, Novembro de 2012 - Portugal

Servidores disponíveis apenas para: Portugal, Brasil, França e Espanha.

Sistema Operativo: Windows

Conta Anonymous e downloads: uleak.it

1 - Download estritamente necessário de Nettalk do Anoops para comunicação em IRC [OP Anonymous];
2 - Descumprimento da pasta anonops_setup.exe;
3 - Inactivação manual imediata de qualquer sistema de protecção do Windows (anti-vírus, malwares...);
4 - A pasta anonops_setup.exe será automaticamente instalada em menu start e correrá com naturalidade;
5 - O programa correrá de forma encriptada em caixa de diálogo onde escolherá no nickname.

Não crie o nickname por si, use o programa mencionado caso contrário não terá acesso.

Servidores: irc.anonops.in - irc.anonops.li - irc.anonops.ps
SSL
Porta: 6697

1 - Entrar na sala descrita com o registo do nickname feito;
2 - Digitar /msg nickserv identify "escrever a password sem aspas" (serão apenas dados 30 segundos para o fazer, caso contrário perderá o acesso);
3 - Digitar /joint #Vhost;
4 - Após a entrada é necessário que se identifique com o propósito (Exemplo: !vhost somos.anoni.@legion.expect);
5 - Como em todas as salas de preparação de takedown, será expulso o que quererá dizer que funcionou e já se encontra protegido por SSL e com Vhost activado.

Peerblock necessário.

Comunicação directa a Anonymous em #portugal ou opanony@hotmail.com
Except Us

domingo, 29 de julho de 2012

XXIIV

"Call me morbid, call me pale
I've spent six years on your trail
Six long years
On your trail
Call me morbid, call me pale
I've spent six years on your trail
Six full years of my life on your trail
And if you have five seconds to spare
Then I'll tell you the story of my life
...

Call me morbid, call me pale
I've spent too long on your trail
Far too long
Chasing your tail
And if you have five seconds to spare
Then I'll tell you the story of my life."
 The Smiths - Half A Person

sábado, 21 de julho de 2012

robin and stubb.

“És, definitivamente, um idiota. Não só por hoje, e também não só por ontem. E para falar a verdade, não vai ser só por amanhã também. Mas é por tudo, Stubb. Tu tens-me nas tuas mãos, para fazeres o que quiseres. E entre todas as opções do mundo, sempre preferes perder-me. Preferes fingir que te esqueceste e agir como se não te importasses. E tu és tão teimoso quanto eu. Retorces todas as situações, complicas tudo que é fácil. Tu consegues desarrumar tudo aquilo que eu arrumei. E eu sempre teimo em gostar dessa desarrumação. Tu és a pessoa mais idiota do mundo. E ainda assim, és tu quem eu sempre procuro. É do teu colo que eu preciso sempre. É a tua desarrumação que eu quero. Ainda que me complique, que me afaste, que me desarrume totalmente e que me vire do avesso.”

sexta-feira, 20 de julho de 2012

XIVX

Dizer a uma pessoa que não se pode ter uma relação com ela porque merece alguém melhor que nós mesmos é igual a dizer que não podemos ser admitidos num trabalho por qualificações a mais, ou seja, bullshit.

VXIIX

As pessoas não se vinculam mais, pelo menos as que eu conheço, já é um padrão de normalidade tão grande a minha volta que dou por mim a forçar-me a não me agarrar a alguém, é patético. Nascer, pensar e morrer já são actos por si só demasiado individualistas, porque é que é criamos mais? Não me fodam com o no feelings, no pain que ninguém gosta de se sentir totalmente sozinho durante muito tempo.

VXIII

Creio que a perspectiva é um dos condicionantes no modo como vemos as coisas à nossa volta, parte de cada um de nós, é dentro de nós que surgem os sentimentos em relação ao exterior; a ajuda que pensamos precisar também surge nessa ordem, de dentro para fora, sempre. Sinto ingenuidade em quem pronuncia que a vida é uma merda, todos nós temos motivos suficientes para sermos as pessoas mais tristes do Mundo mas mais importante que isso, as mais felizes também.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

XCCII

I will get lost and die sooner this is not a secret.

With or without a reason,
I don't give in, I don't shall.

I am poison.

I don't have a heart, I have a black hole that sucks everything that comes near.

I'm always right that I'm right. I don't need you.

As much as I try to act differently,
I always end up destroying self esteem's for fun.

Healed the wound with tape, isolated, stifled the microbe that is life.

I'm jumping with a rope on the neck,
For no reason just for enjoyment,
And I don't even have a justification for such an effort.

My life isn't that bad. I don't want you.

I only feel good when I don't feel nothing,
Because I have not seen life in the flesh to the naked eye.

Alone in the quiet nights with alcohol,
My calm was not born it was invented.

I invention doors because I was born without patience,
To support the weight of my conscience.

I do not care just because you will. I don't need you.

Today I got lost in the motive that led me to send you to fuck off,
I realized I had not.

I'm free, free as well. Are you sure that you don't want me?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

XXVI

Eu disse-te - "Não fiques assim, se um dia acabar tu vais ficar bem. Eu sei que é o primeiro amor e no primeiro amor pensamos que o Mundo vai acabar, mas depois percebemos aos poucos que não, que é tolice pensar isso, ele não acaba e aprendemos a viver com a falta que a pessoa nos faz.".
E já faz um ano. 
Um ano em que o teu primeiro amor acabou.
Não perdoo os sítios onde vi o teu nome escrito em todo o lado, odeio as músicas que amava quando as ouvia contigo do meu lado, não gosto de olhar para pessoas ruivas e enerva-me ouvir uma piada que eu sei que irias adorar, não gosto de falar de arco-íris e já não gosto de passar noites à chuva, evito rever os filmes que vi contigo, via o teu facebook mais de uma vez por dia, mais de uma vez por dia o meu humor caía por causa disso, quando me falam em amor faço cara de vómito e lembro-me de ti.
Não sei se é assim que acontece com toda agente (eu acho que sim) mas talvez a necessidade de apagar tudo o que me lembrava de ti levou-me a isso, eu vivia muito para ti e de ti sabes? Acho natural a influência que se ganha com as outras pessoas; mas a dependência, era doentio, cheguei a dizer-te era doentio. 
O que eu desejei, daria tudo de mim para ficar contigo, livremente, sem coisas, sem nada, só amar amar amar - eu chegava a pedir em voz alta, no quarto, em casa - "Por favor que aconteça, que ela me ame". Faria o que fosse preciso por ti e fiz; nunca devemos implorar por um desejo, fiz um pacto que pensei que sairia a ganhar; perdi o meu descanso, consciência, sono e estabilidade só para amar-te, só para amares-me.
Eu vendi, literalmente, a alma ao Diabo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

VXI

Continuem a caminhar em fila indiana para o inferno, com as vossas drogas e bebidas para esquecer a merda que é a vossa vida, deturpem o vosso corpo para não olhar para o lixo que é a vossa mente, e o vosso coração nem existe mais. Arrastem assim para filas intermináveis de espera em hospitais a vossa família e amigos, olhem-os com aqueles olhos de sofrimento enquanto eles têm que presenciar dia após dia a decadência que é ter alguém na familía a pagar o preço caro de múltiplos erros; nada como uma morte assistida para sabermos que a melhor adição a inalar é a VIDA. 
O teu Mundo ás vezes esmaga-me...

14 de Dezembro de 2011

sexta-feira, 25 de maio de 2012

XV

"A minha vida continua, mas é certo que eu serei sempre tua. Quem é que me pode entender? Depois de ti, os outros são os outros e só."

terça-feira, 8 de maio de 2012

IV

O caos sempre foi uma óptima forma de comunicação. Não há novo pensamento que não nasça da sensação de desconforto face àquilo que não dominamos e que não compreendemos e estimular a provocação sempre foi uma grande maneira de o conseguir. Questionar as crenças a que estamos expostos, os conceitos que se instituíram como premissas de comportamento e as verdades tidas como absolutas. Só podemos mudar a visão que temos do mundo e o nosso comportamento, quando nos deparamos com alguma coisa para a qual não temos resposta ou que nos confunde.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Em Terra de Cego, Quem Tem Olho é Rei

Baixei o volume da música que ecoava na casa inteira para receber quem batia insistente na porta. Eu nunca recebo as pessoas, só o barulho de punhos contra a porta derrama sobre a minha calma e boa fé resmas de instintos violentos. A psicóloga disse para eu nestas alturas olhar-me ao espelho e contar até dez devagar. Para ela é fácil olhar os espelhos. Ela tinha dois olhos. Visão sincronizada e tal. Quem é que quer um buraco inútil na cara? Isso de não ter visão, na realidade é só isso mesmo, não ter olhos. Óculos escuros. Abri a porta.
- Que falta de respeito! Eu preciso da passagem livre ou então tem que pagar por ela! Vai-se haver comigo se não resolve a situação! Quer pagar para estar ali tudo bem, mas não quero o carro ali, a passagem é minha.

Esta velha. Essa velha de merda. Ela e essa passagem do caralho. Passagem, passagem, passagem. Era só o que eu ouvia daquela boca enrugada na última semana. Ela começou a estrabuchar. Alto. Gritaria da alta e estridente. A puta.
- Só um minuto – pedi.
Fui até ao meu quarto. Ouvi-a na porta a gritar palavras que velhinhas não deveriam dizer. Olhei-me no espelho em menos de dez segundos. Voltei até a porta. A velha estava quieta, a respirar pesado com a boca entreaberta. Dentes amarelados.
- A senhora estava a dizer…
- Eu estava a dizer que isto é uma pouca vergonha. Acha que está onde? Que isto é tudo seu? Onde já se viu eu ter que pedir permissão para alguém desocupar a minha entrada, o carro não está ali a fazer nada e estou a pedir a semanas!! A não ser que me pague… Paga e não há mais conversa sobre isso!! Vai pagar ou não?
Ela não parava. Simplesmente não parava de me berrar.
- Não vai dizer nada?! – perguntou-me.
Não, eu não ia dizer absolutamente nada. Ia ficar a olhar para ela até ficar o suficientemente irritada para lhe pegar na cabeça e espetá-la contra a parede. Ela olhava-me com uma raiva absurda e as veias da testa salientavam-se como nunca. Tirei os óculos escuros. A velha olhou para mim por uns escassos segundos e saiu a correr apavorada. Tirei a moeda de 2 cêntimos de dentro do meu olho. Passei a mão para limpar. Fechei a porta. Aumentei o som. Puta da velha.
Interrompido o jantar com alguém a bater a porta. Baixei o volume da música. Um homem alto, passava dos trinta anos, numa roupa esquisita que lhe dava ar de atrasado mental.
- Filha da puta. A minha mãe ontem veio reclamar por causa da passagem e tu tinhas uma merda no olho.
- Era uma moeda.
- Vai-te foder. Ninguém tem culpa de não conduzires. Agora ela está lá em casa, desesperada, assustada com o que tinhas no olho. Ela está disposta a que pagues para o carro ficar ali, se não, vai já tirá-lo!!
Bati com a porta. Encostei-me à parede e respirei fundo. Dirigi-me ao espelho e contei até dez, calmamente. Essa merda de psicóloga. O que é que número têm haver com não ter visão? As pessoas são parvas. Deficientes. Algumas até usam roupas esquisitas.
Apanhei um TST. Em trinta minutos estava no consultório. Cheguei minutos antes da hora da consulta. Da última vez faltei e a secretária telefonou-me e aborreceu-me com porquês. Estúpida, mas gostosa. Tirei uma água da máquina. Fui à casa de banho. Queria olhar-me no espelho e contar até dez, mas não estava lá.
- Que é que aconteceu ao espelho da casa de banho?
- Partiu-se – falou a estúpida – o consultório está sem orçamento e está resolvido não comprar-se outro por enquanto.
Ela disse que eu podia então entrar, que a doutora já estava a minha espera. Pedi-lhe uma caneta emprestada e entrei.
Quando voltei para casa, recostei-me no puf de olhos fechados. Tirei a caneta emprestada do bolso e fiquei a olhar para ela. Sorri.
No dia seguinte, liguei para a doutora.
- Tô, doutora. Tudo bem?
- Sua maníaca. Tu vais parar a cadeia!!
- Como? – perguntei.
- Cadeia sim!! Cadeia é o que tu mereces – e, começa a chorar – Tu furaste-me o olho, sua filha da puta, o olho.
- Olhe no espelho e conte até dez doutora.
Ela continuou a berrar. Deixei o telefone ligado sobre a mesa. Ainda beijei a ponta da caneta antes de aumentar o volume da música.

quinta-feira, 22 de março de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

Tommy Douglas

"Man is now able to fly through the air like a bird,
He's able to swim beneath the sea like a fish,
He's able to burrow beneath the ground like a mole.
Now if only he could walk the earth like a man,
This would be paradise."

quarta-feira, 7 de março de 2012

...

Há pessoas que são autênticas bigornas. Por mais bom espírito que tenhamos no nosso próprio mar de dúvidas, a nadar a custo para nos manter a flutuar; inconscientemente essas pessoas ficam agarradas ao pé que tenta ajudar o nosso corpo a permanecer com a cabeça acima do nível da água. E há dias em que ficam especialmente mais pesadas e nós lá cedemos; sem ar e a esperniar mergulhamos. Felizmente voltamos ao de cima numa aflição tremenda de boca aberta e olhos esbugalhados necessitados de oxigênio e elas nem se dão conta.
Acho fundamental olhar o outro com olhos de quem vê. Perceber de quem realmente entende.
Chateia-me ter que dizer; olha aí caralho, que estás-me a sufocar.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sob Lei Marcial

Todos os direitos constitucionais foram suspensos, fiquem nas vossas casas e não tentem contactar entes-queridos, seguradoras ou advogados. Calem-se! Não tentem pensar, caso contrário, a depressão pode ocorrer. Fiquem nas vossas casas. O recolher obrigatório será feito as 19:00 em ponto a seguir ao horário de trabalho, quem for apanhado fora dos portões da sua casa, será alvejado. Mantenha-se calmo, não entre em pânico. O vosso vigilante de vizinhança estará encarregado de recolher as amostras de urina durante a manha, quem for apanhado a interferir com as colheitas, será alvejado. Fiquem nas vossas casas, mantenham-se calmos. O inimigo número um do progresso são as perguntas. Segurança geral é mais importante que vontade individual. Todas as transmissões desportivas procederão na normalidade. Não mais do que duas pessoas poderão permanecer em qualquer lugar sem autorização. Use apenas as drogas prescritas pelo seu patrão ou supervisor. Calem-se! Sejam felizes! Obedeçam a todas as ordens sem perguntas. O conforto que exigem é agora obrigatório.
Sejam felizes, afinal tudo é feito a pensar em si.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

...

Porque é que associamos o amor a corações? É um orgão tão importante quanto o cérebro, os pulmões e os rins. Ele só bombeia sangue. Numa próxima carta de amor, primáriamente, vou desenhar pulmões com as iniciais dos nomes lá dentro a ver.

How cute is that? *.*



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

I will

Eu vou
Eu vou
Eu vou porque quero e anseio
Porque mereces, só porque és tu
Porque eu quero merecer-te
Eu vou-te amar, eu escolho amar-te
Sem reservas
E sem olhar a mais nada perco a cabeça e amo-te
De um dia para o outro
Vou olhar-te e pensar "Possas como eu te amo!"
Vou amar-te de qualquer maneira
Assim às três pancadas
Vou amar-te tanto
Mas tanto que vamos deixar para trás as marcas de eu não te amar

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Simplificando...

No início brigas, choras, fazes dramas mexicanos. Então percebes que é cansativo demais manter essa forma de levar as coisas. Acostumas-te… Não que pare de doer, mas cai no teu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim tu colocas um sorriso no rosto e finges que é sincero, até que a vida o faça realmente ser.

18 de Setembro de 2011

Parêntese

E foi por te amar que pensei que sem ti não haveria cores, cheiros e paladares. Pensei. Mas as coisas existem e eu não preciso de ti para poder respirar e amor, desde que respire... Tudo vai ficar bem. Vou voltar a chorar e a rir, a gargalhar e cair, a sofrer com uma dor insuportável e a gritar de tanta felicidade, a acertar e sem dúvida a errar. Viver tudinho só que com uma pequena diferença; sem ti.

5 de Agosto de 2011

Gentes