sábado, 8 de outubro de 2011

Dev 1 e Dev 2

1* E estes dias desenfreados. Entre Mozart e Bach - que descobri serem recentemente o melhor fundo sonoro para uma perfeita leitura - entre as enguias de aquário pequeno e o seu tempo passado numa estação de comboios algures num Norte de um País qualquer, e sim salta-me a vista o Norte sendo ele de que País for; vou pensando que se fez músicas clássicas demasiado agressivas, estaria esta gente zangada? Bem capaz, toda agente sabe que por norma uma pessoa especial dessas; músicos, pintores, escritores e etc nunca tiveram vidas fáceis, ou têm alguma pancadinha a menos ou a mais, na volta é assim com todas as pessoas só que a sua vida não é minuciosamente vasculhada ao ponto de terem as suas "demências interiores" expostas ás três pancadas. Anyway, essas músicas agressivas fazem-me lembrar de ti, não assemelhando a tua personalidade que de nada tem a ver, mas porque por momentos de loucura fazem-me querer esganar-te e esmurrar-te de tanta saudade que te sinto - mas calmamente; para não perder entre um murro e outro a textura da tua pele que tão suave e bem tratadinha é, para não perder entre a pontinha de cada dedo envolto no teu pescoço o teu batimento cardíaco, a tua respiração apressada quase sumida e essa voz esganiçada por de trás de tanto desespero pela tua vida. Matava-te só pelo prazer de te tocar mais uma vez, aí sim teria eu que forçosamente acreditar que seria a última vez - E nós não queremos isso. Mas convenhamos, o teu sorriso esse sim é que me mata.

2* E eu que hoje quase fui feliz, ao abrir os olhos pela manhã e não me lembrar da tua imagem, do teu nome e da tua voz, quase pois! Quase porque lembrei-me segundos depois de não me lembrar que não te tinha lembrado e acabei por lembrar-te. Como um espaço curto de reticências assim foi esse o tempo entre o lembrar e o não lembrar, mas mas mesmo assim são progressos, ainda que por milésimos de segundos, mas é que ontem acordava a lembrar-me de ti. Se adormecia contigo na lembrança e ficavas durante toda a noite a passear de um lado para o outro com as tuas sabrinas dentro da minha cabeça seria natural o acordar já contigo mesmo antes de abrir os olhos. Não me preocupo é que amanhã ou lá para o meio do mês, o espaço entre o lembrar e o não lembrar será significativamente maior do que o de hoje; ainda que muito curto.

[Algures em Agosto]

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