sábado, 9 de maio de 2009

Filmes Daqueles.

Imaginem um supermercado sem segurança, uma funcionária de caixa, um arrastão (com todo o sentido da palavra) com cerca de 10 pessoas de etnia cigana. Um queijo, uma garrafa de whisky JB, três caixas de Axe. Imaginem agora, essa funcionária ser completamente medrosa em relação a esta raça (sem qualquer preconceito porque dá-se com muitas pessoas da mesma) passar á caixa cerca de meia hora de tensão á medida que vai atendendo pessoas que constituíam esse arrastão e em cada uma delas os alarmes apitarem e entre discussões e ameaças reaver tudo o que seria ter sido suposto roubarem... ups... passar sem pagar por esquecimento. Com o desenrolar do filme chega ao último indivíduo que é para ser atendido deste mesmo poderoso e espantoso clã e este tal como todos os outros ter algo em que a máquina sinaliza algo que não está bem. Imaginem agora esse indivíduo desatar a correr e uma funcionária maluca correr atrás do mesmo sabendo-se lá que merda lhe terá passado pela cabeça, passando a linha de caixas, a porta do supermercado, o estacionamento todo e só conseguir alcançar o mesmo já bem fora do recinto do supermercado e só porque o respeitoso senhor se cansou primeiro. Claro que os figurantes são meros carros numa estrada principal e algumas pessoas do estacionamento. Reclamo sobre a música escolhida para esta cena deveria ser assim coisa á perseguição policial e não buzinas e pessoas a gritarem "Aííí agarrem que é ladrão".
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Welcome to my life.
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Diz-se por aí que a vida tem de ter um pouco de tudo, das quais a adrenalina faz parte, claro que dependendo da pessoa a dose é diferente e o conceito da palavra muda. Será o bunding jumping melhor que isto? Morro mesmo de medo de pessoas desta etnia, embora não deve-se, mas a verdade é que de todos os gatunos e larápios que roubam lá no place ou tentam roubar, são os únicos que agem mesmo de imediato sem pensarem e com o maior sangue frio (MESMO!) tando nós, funcionários, expostos a esse perigo... Valerá mesmo a pena arriscar a vida, sim porque é arriscar a vida, por uns artigos? Não. Mas e se nos fizer diferença? E se ao roubarem aquilo que nos faz ganhar a vida, eu sentir que me estão a roubar a mim? Claro. Eu tenho direito a proteger aquilo a que me dá sustento certo? Que embora não sendo meu é de lá que o meu dinheiro vem. Então porque merda, insistiu o responsável de loja em dizer-me que eu agi mal?? Onde ele estava? No escritório a ver todo o desenrolar e o coninhas, que não tem outro nome, nem se prontificou a ajudar vendo-me aflita enquanto os atendia. Eu amo aquilo que faço. Amo mesmo. Mas porra não me fodam!!
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Ganho dissabores mas a verdade é que hoje durmo de consciência tranquila e isso não há ordenado que compense. Embora eu tenha dúvidas sobre como me vou sair no próximo filme, o meu é ganho por esforço e dedicação... e disso tenho toda a certeza!
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E que suei suei. Mesmo antes de correr.

3 comentários:

M. disse...

Foste bastante corajosa.
Sabes que muitas pessoas (mesmo muitas) não o tinham feito... --'
Porquê?
Pois, porque se calhar não tem um terlo da dedicação que tu aparentas ter naquilo que fazes... afinal estás ali a ganhar o teu, a para 'sobreviver'; enquanto muitos se lamentam por nao terem nada, nem 5 euros na conta bancaria, e se estão nas tintas para fazer pela vida.

Mokas disse...

*Mokas levanta-se e bate palmas*

Agir mal, podes ter agido, por ter ido contra as regras, que dizem que n podes "abandonar" o local de trabalho. Superior a isso, é a "incompetência" de quem gere, que não te deixou alternativa.
Se não tivesses feito nada, apanhavas um raspanete, e dir-te-iam algo do género "então mais vale não estar lá ninguem, as pessoas servem-se e pagam se lhes apetecer"

A meu ver, o qeu interessa é o "como vais dormir esta noite, e nas restantes"
De consciência tranquila...
Superaste-te, e agiste, tlz por instinto...
Mas pelo menos estás "limpa"...

NC. disse...

Margarida, a questão é que realmente é um desespero muito grande saber que alguém está a gozar com o nosso trabalho. Mas vá lá sempre se recuperou parte do que se tencionava ser roubado e hoje pondera-se um segurança para a loja. Estou agradecida pelo menos quanto a isso. Se o máximo responsável não se dedica ao dever dele que é dirigir-se á caixa em questão quando existe situações mais complicadas que alguém o faça para protecção a quem atende neste caso.


Mokas, ora aí está, presa por ter cão e presa por não ter, se tivesse deixado o dito passar pela linha de caixa roubando certamente seria "castigada" por isso. De qualquer forma também o fui por ter feito algo. Confesso que não pensei nas razões que me levavam a fazê-lo no momento fiz e pronto, mas certamente que não foi por aquele senhor que me dá ordens nem pela empresa em si, mas sim por aquilo que tenho que cuidar. Mas sim a minha consciência está completamente tranquila relativamente a este caso embora tenha sido repreendida, é conveniente salientar também que tudo o que é roubado ou danificado dentro da loja, ou seja, qualquer tipo de perda de artigo é um custo para toda a empresa logo uma diminuição de um subsídio que oferimos chamado prémio de loja. São 45 euros ao mês que me fazem muita falta. E o meu este mês já era, não por perda de artigo, mas sim por uma má decisão da minha parte que foi recuperar aquilo que é meu. Que se lixe, pessoalmente consegui fazer algo que nunca pensei fazer.

Gentes